terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Deixe-me entrar

(Let Me In, 2010, Matt Reeves)


No último post falei de um remake, o de Sexta-Feira 13, e falei como eles tem tomado, em sua maioria de forma negativa o gênero de horror. Pois, pra fechar o ano, infelizmente falarei de mais um remake, afinal faço os posts conforme os filmes de terror/suspense que assisto e esse foi o último felizardo do ano. Mas, dessa vez o remake é de um filme estrangeiro. Trata-se de Deixe-me Entrar que é uma refilmagem americana do sucesso de crítica e público sueco Lat den rätte komma in de 2008 que em terra brasilienses recebeu o nome Deixa Ela Entrar.

O filme, que conta com a direção de Matt Reeves (Cloverfield - Monstro) e o segundo filme que marca a volta da produtora Hammer, conta história de de Owen (Kodi Smith-McPhee) um garoto solitário que sofre bullying  na escola de uns garotos mal-encarados e atormentado pela separação dos pais, faz amizade com sua nova vizinha Abby (Chlöe Moretz - que mais tarde, nesse ano, protagonizou outro remake o de Carrie, A Estranha) que tem estranhos hábitos como por exemplo andar descalça a todo momento principalmente na neve (!!!). A amizade fica cada vez mais forte através dos atos de companheirismo que um demonstra com o outro até que o garoto se apaixona pela menina, mas, quando essa estranha amiga se revela uma vampira essa paixão é posta a prova e ele terá que decidir se apesar das imenças diferenças e hábitos vale a pena manter esse relacionamento. 

Lendo a descrição que fiz você deve estar pensando que o filme deve ser mais um filho da saga Crepúsculo, mas, não é nada disso! Tem sim, um pitada de romance adolescente (ou melhor, pré-adolescente, já que no filme os personagens tem 12 anos), mas o filme evidencia mais o drama e os elementos de terror (que, ao contrário da saga de Stephanie Meyer, o filme se mantém fiel às características lendárias do vampiro, por exemplo não poder sair ao sol e a característica não muito conhecida de entrar na casa de sua vítima apenas quando for convidado do contrário morre), assim como o original sueco nos apresentando uma história interessante que pra quem nunca viu o viu pode servir como um bom aperitivo, mas, para aqueles que como eu viram o original estrangeiro, sentem-se num déjà vu, já que pouca coisa foi mudada em relação ao mesmo. Em certa parte eu entendo o diretor ter mantido a mesma linha do original, pois, se tratando de remakes, qualquer cuidado é pouco para não manchar o nome de um filme (o que infelizmente não acontece com a maioria), mas, ele poderia ter ao menos usado elementos do livro que o originou (sim os filmes são baseados num romance de John Ajvide Lindqvist de 2004, o nome do livro é o mesmo ao do filme sueco e consequntemente aqui no Brasil recebeu também o nome que o filme sueco recebeu), como por exemplo no caso do romance, também sueco, Os Homens que não amavam as Mulheres, livro da trilogia Millenium do escritor Stieg Larsson que posteriormente obteve duas adaptações pro cinema: uma conterrânea (Män som hatar kvinnor - 2009) e uma americana (The Girl with the Dragon Tattoo - 2011) assim como Let me In, que apesar de terem se baseado na mesma história um usou elementos do livro que o outro não usou estabelecendo uma diferença, mas mesmo assim não perdendo a essência, sendo um tão bão quanto outro. 

É fato que apesar de algumas poucas mudanças naturais no enredo o que diferencia um filme do outro (fora os personagens também, que interessantemente nesse filme o menino é moreno e a menina-vampira loira, enquanto no original sueco é ao contrário) é o nome, que aqui no Brasil o que muda é o pronome no título, dando a entender nas entrelinhas que apesar de diferentes filmes trata-se da mesma história. 

Decidir a nota de Deixe-me Entrar não foi tão díficil: se eu tivesse feito uma crítica e dado nota aqui no site para o filme sueco eu teria dado 7, então pra esse remake americano eu darei 6 justamente pelo fato que expus nos parágrafos anteriores - por ser semelhante ao filme original eu poderia dar a mesma nota, mas, exatamente por isso eu darei um ponto á menos. Assim fecho o post, o último de 2013, do meu blog até agora de vida curta  (comecei mês passado) e sei que muitos, devido ao horário da postagem, estarão lendo o mesmo já em 2014, portanto feliz Ano Novo e que o mesmo seja bom para o blog e para o cinema de Terror, fazendo com que bons filmes sejam lançados e que mais críticas legais eu possa postar aqui pra vcs lerem! Abçs e feliz 2014!

Nota: 6 / 10


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sexta-Feira 13 (2009)

(Friday the 13th, 2009, Marcus Nispel)


Uma coisa que tem acontecido constantemente no cinema de terror são as refilmagens americanas, sejam de filmes internacionais ou de antigos sucessos isso tem tomado o gênero nos últimos anos. E nessa leva de remakes óbviamente que Sexta-Feira 13 não poderia ficar de fora.

Era 2009, quando a produtora Paltinum Dunes de Michael Bay, que já havia realizado outros remakes de filmes de horror como O Massacre da Serra-Elétrica e Horror em Amytiville, resolvem chamar o alemão Marcus Nispel para dirigir uma nova história de Jason Voorhees. O filme na verdade é uma mistura de remake e reboot não só do 1º filme da franquia mas de suas 3 sequências (Partes II, III e IV), conforme a própria produtora confirmou. Vários elementos desses filmes foram usados nessa refilmagem, por exemplo: a introdução do filme mostra a mãe de Jason, Pamela Voorhees (Nana Visitor), tentando matar uma das monitoras sobreviventes do acampamento Crystal Lake porém frustada por sua decaptação, em referência ao 1º filme da franquia cujo o rsponsável das mortes não era Jason e sim sua mãe dominada por seu espírito, apenas no segundo fime da franquia é que Jason aparece matando todo mundo e, por falar nessa sequência, nesse filme Jason usa um saco como máscara apenas conseguindo a máscara de Róquei, que se tornou sua marca registrada no 3º filme, outro elemento compactado nesse filme, já que durante os primeiros 50 minutos o Jason ainda usa um saco para cobrir seu rosto deformado.

O filme começa com o que parece ser 2 momentos introdutórios, um que eu já citei da mãe de Jason sendo decaptada pela monitora sobrevivente do acampamento em 1983, o outro momento acontece no ano corrente (2009) quando cinco jovens acampam num campo onde há um plantação de maconha perto do lendário acampamento de Crystal Lake e óbvio que não demorará muito para que os mesmos vão curiar para perto do mesmo e um a um sejam mortos pelas mãos de Jason (Derek Mears), bom pelo menos é o que aparenta ter sido. Então somos apresentados ao letreiro que nos introduz ao filme (que ocorre quase meia hora depois dele já ter começado!!!) daí o filme, duas semanas mais tarde, mostra Clay Miller (Jared Padalecki, o Sam Winchester da série Sobrenatural. O engraçado é que no mesmo ano seu irmão de série, Dean Winchester, ou melhor: o ator Jensen Ackles, participou do remake de outro slasher oitentista, o do Dia dos Namorados Macabro... mas isso não vem ao caso!) que ao procurar sua irmã desaparecida Whitney (Amanda Righetti - que mais tarde é revelado que ela era uma das vítimas do massacre de Jason na introdução do filme), se depara com um grupo de jovens liderados por Trent (Travis Van Winkle - figurinha carimbada dos filmes teen da época) que acabam de chegar pra passar uma temporada num chalé do pai de Trent situado nas bandas perto de Crytal Lake. Clay é mal recebido pelo mesmo, mas logo é acolhido pela namorada do cara, Jenna (Danielle Panabaker), que logo irá ajudá-lo a procurar sua irmã. Daí então não é preciso ser vidente pra saber que os jovens serão novamente eliminados um por um, principalmente os mais bardeneiros, e no final os sobreviventes serão os (ou o) bonzinho (s).

O filme não tenta inovar muito, mantém no clichê já proposto pelos slashers e filmes da franquia Sexta-Feira 13, mas consegue se manter um bom divertimento até certo ponto, principalmente pra mim que sou fã assíduo da saga, até mesmo do Jason-X, um dos filmes mais criticados do Jason, eu gostei. E por ser fã eu não gostei de algumas coisas desse filme, como por exemplo [INÍCIO DO SPOILLER!!!] o fato de Jason ter deixado uma vítima sobreviver em cativeiro. Quê?!?! Mas, como, assim, Jason Voorhees, um dos serial killers mais carismáticos (sim, gente, ele é um dos assassinos em série de filmes que nos faz torcer por ele e vibrar a cada assassinato, pois, vamos combinar, ele é o que tem motivos mais convincentes pra isso: Freddy Krueger era um inspetor de escola que abusava de crianças e merecia morrer, Michael Myers era um jovem metido a bom samaritano louco que queria matar qualquer um e Leatherface um canibal FDP que queria matar as pessoas e comê-las; vendo por esse lado Jason é o único que tem um motivo bem aceitável para suas matanças: por negligência dos antigos monitores do acampamento CRYSTAL LAKE, ele ainda criança, morreu afogado e sem ter ninguém para ajudá-lo por perto, Crystal Lake Camp então passou a ser seu "túmulo" e qualquer jovem  baderneiro que atreve-se a pertubar sua paz ele mata, não é mesmo!?!? Jason Rules!) e sanguinolentos deixou de matar uma pessoa nesse filme ?!?! Pois é, foi isso que eu pensei e isso que aconteceu: no caso a personagem Whitney Miller, irmã de Clay, foi mantida viva e em cativeiro pelo Jason por se parecer com sua mãe mais jovem e por no momento em que o serial killer a encontra ela estar usando o pingente que contém a foto de sua mãe e ele. Esse fato, foi um dos elementos dos filmes originais da franquia  (pra ser mais específico, o 2º) que o remake aprimorou, nesse caso até demais, já que na cena do filme de 1981 uma das vítimas de Jason usa o suéter e a cabeça decaptada da mãe de Jason como máscara (!!!) para confundí-lo [FIM DO SPOILER!!!]. Outra coisa que me decepcionou nesse filme, foi não terem usado a famosa trilha sonora clássica dos filmes do Jason, nesse remake, aquela do "chi -chi- chi- chi- ah - ah - ah- ah", poxa já que é um remake dos primeiros filmes, ou seja os clássicos, poderiam ter usado esse elemento também aqui!

Você deve tá se perguntando porque estou falando do remake aqui e não dos filmes do Jason em ordem cronológica logo, colocando em dúvida se realmente já assisti aos outros da franquia. A resposta é que: sim, eu já assisti aos outros filmes da franquia, mas não fiz resenha até agora pois havia os assistido antes de criar o blog e como faz pouco tempo que o criei estou colocando resenhas conforme os filmes que vou assistindo desde sua criação, ou seja, mês passado e o remake dessa crítica eu assisti faz pouco tempo, depois da criação do blog. E também, se tratando de remakes, é como se fosse um novo recomeço de uma franquia, por isso, talvez nesses casos eu poste críticas, mesmo sem antes ter postado dos outros, ok?! Espero que não me levem àmal por isso.

Nota: 5 / 10

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

A Casa dos Maus Espíritos

(House on Haunted Hill, 1959, William Castle)



O excêntrico milionário Frederick Loren (Vincent Price) num relacionamento em crise com sua esposa Annabelle (Carol Ohmart) resolve dar uma "festa" em homenagem à mesma em uma mansão misteriosa alugada numa colina. Festa essa cujo os convidados são apenas 5 pessoas da qual o casal não conhecem, porém algumas com uma certa ligação com os mesmos, são eles: Watson Pritchard (Elisha Cook Jr.) herdeiro e proprietário da mansão, um homeme atormentado por acreditar que a casa é amaldiçoada por já terem ocorrido vários assassinatos misteriosos na mansão inclusive de sua irmã, negociou a locação da casa com os Loren através de correspondência por isso não os conhece pessoalmente; Nora Manning (Carolyn Craig), uma funcionária das empresas de Frederick, escolhida por necessitar do dinheiro já que a mesma sustenta sozinha uma família impossibilitada após um acidente de carro; os outros convidados são Dr. David Trent (Alan Marshall), um médico psiquiatra que deseja estudar os efeitos do medo no grupo; a jornalista Ruth Bridges (Julie Mitchum) que deseja coletar informações para um artigo sobre antasmas e um piloto de aviões ganancioso por dinheiro Lance Schroeder (Richard Long). Oobjetivo da festa é fazer com que todos fiquem trancados na mansão a partir da meia noite para testar as "maldições/assombrações" da casa e àqueles que permanecerem na casa vivos até o amanhecer levarão uma bolada de 10 mil dólares cada um, caso alguém venha a óbito nesse meio-tempo a qunatia destinada a pessoa seria dividída entre os outros participantes.

Haunted Hill é um típico filme de casa mal-assombrada com clima gótico dos filmes Hammer dessa época, embora não seja da Hammer e sim de uma produtora menor chamada Allied Artists. Com alguns furos no roteiro e efeitos baratos que na época podiam impressionar um pouco mas que hoje podem causar risos, o que eu acredito que tenham sido propositais para nos colocar em dúvida a "mal-assombração" da casa até o final surpreendente quando nos é revelado a verdadeira face da trama, não tiram a qualidade do filme. Mas o que torna o filme melhor ainda, com certeza é a atuação primorosa do mestre Vincente Price, que consegue se manter numa estranha linha tênue entre vilão e mocinho fazendo assim com que cativemos seus personagens apesar dos pesares e isso não é apenas desse filme.

William Castle, o diretor do filme, dirigiu outros de terror notáveis durante o final dos anos 50, mas que é conhecido por usar interessantes propagandas de marketing para seus filmes:. em Macabro (Macabre) de 1958, por exemplo ele oferecia apólices de seguro para os espectadores no cinema caso os mesmos viessem a morrer de susto durante a exibição, no mesmo ano com o filme Força Diabólica (The Tingler) ele usou um sistema batizado de "Percepto" que faziam as poltronas tremerem durante os momentos de tensão do filme. Já nesse o diretor inventou um sistema chamado "Emergo"  da qual um esqueleto de mentira sobrevoava a sessão nas partes do filme em que o esqueleto aparecia.

O filme teve um remake em 1999 chamado "A Casa da Colina" (tradução literal do título em inglês) e que deve ser mais conhecido pelo pessoal de minha época. Dirigido pelo xará de Castle, William Malone, e produzido por Robert Zemeckis, Joel Silva e Gilbert Adler. Esse trio lançou a produtora Dark Castle, que como podemos ver pelo nome é uma homenagem ao diretor do filme original e que produziu outros remakes desse diretor, dentre eles 13 Fantasmas. Outra curiosidade é o fato de no remake o nome do anfitrião da festa/mansão (interpretado por Geoffrey Rush) ser Stephen Price, o sobrenome óbvio em homenagem ao mestre que interpretou esse papel no de 1959. Apesar dos detalhes o filme é inferior por ter sido adaptado para um terror mais adolescente e por ter seu enredo baseado mais no filme Os Esquecidos (Don't Look the Basement/The Forgotten, 1973), que também serviu de inspiração para o remake.

Nota: 7 / 10


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Eu sei o que Vocês fizeram no Verão Passado

(I know what You did Last Summer, 1997, Jim Gillespie)





Eu sei o que Vocês fizeram no Verão Passado é um filme de suspense e terror slasher de 1997 dirigido pelo escocês Jim Gillespie que conta como os atores principais artistas que marcaram o cinema, principalmente o teen, da segunda metade dos anos 90: Jennifer Love Hewitt (Uma Mulher de Coragem), Ryan Philippe (Segundas Inteções), Sarah Michelle-Gellar (a eterna Buffy, a Caçadora de Vampiros e que contracenou novamente com o anteriormente citado em Segundas Intenções) e o eterno galã noventista Freddie Prinze Jr. (Ela é Demais).
O filme conta a história de dois casais de adolescentes - Ray Bronson (Prinze Jr.) e Julie James (Hewitt), Barry William Cox (Philippe) e Helen Shivers (Gellar) - que após as comemorações do 4 de Julho americano de uma cidade costeira saem para a praia para "curtir" (beber e transar) e ao voltarem, doidões logicamente, acabam atropelando um homem. Acreditando que o mesmo estivesse morto e com o medo das consequências, eles resolvem jogar o corpo no mar. Após isso passa-se um ano e Julie recebe um bilhete escrito "Eu sei o que vocês fizeram no Verão passado" e logo todos começarão a receber bilhetes sobre o crime que cometeram e a serem perseguidos por um misterioso assassino vestido de pescador.
Ok, clichê, clichê e mais clichê dos filmes de terror "adolescentes" que inundaram os cinemas a partir dos anos 80, mas que consegue nos render bons sustos e momentos de tensão, mesmo em alguns momentos eu lembrando da sátira do Todo Mundo em Pânico (que assiste tempos antes desse). Considerado "filho do Pânico", tem sua razão por ter um roteiro parecido (claro, pois, trata-se do mesmo roteirista: Kevin Williamson), mas a história é baseada num livro de Lois Duncan de 1973 de mesmo nome. As atuações são como deviam ser, pois os papéis não eram muito desafiadores pro elenco. O enredo é bom e nos mantém presos até o final do filme esperando seu desfecho, estando junto com o seu "pai" entre o s filmes de terror mais legais dos anos 90, década que não foi muito produtiva pro gênero. Destaque para a perseguição entre o assassino e Helen Shivers (Michelle-Gellar), uma das mais tensas dos slashers que eu já vi.
Gellar que aliás começou o relacionamento com Freddie Jr. durante as gravações do filme e que até hoje permanecem casados.
O diretor voltou a dirigir outro filme de terror em 2005, chamado Venom, porém com uma fórmula já batida e que não rende muito como esse rendeu.
O filme teve ainda uma continuação no ano seguinte, Eu ainda sei o que Vocês fizeram no Verão Passado; e um terceiro filme em 2006 que não passa d'uma espécie de remake do 1º: Eu sempre saberei o que Vocês fizeram no Verão Passado, ambas as sequências de diretores diferentes.

Nota : 7 / 10